A nova tentativa de Delúbio Soares de reintegrar-se aos quadros do Partido dos Trabalhadores concatena-se com o intuito declarado do ex-presidente pinguço de tentar desmontar segundo ele, a "farsa do mensalão". Único expulso do PT, em 2005, Delúbio permaneceu calado nos momentos mais difíceis, em obediência que seria exemplar em qualquer organização stalinista. Quando falou, foi para jurar fidelidade à sigla. "O PT não é um partido", disse ainda em 2005, "é meu projeto de vida". À medida que o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal se aproxima, os petistas movimentam-se para receber de volta o homem que arcou sozinho com boa parte da culpa para salvar o governo do ex-presidente pinguço.
Transcorridos cinco anos e meio das revelações sobre o mensalão, o discurso do picaretinácio Lula de que tudo não passou de uma "tentativa de golpe" para apeá-lo do poder encontra ressonância no petismo e em setores da esquerda.Mas a fantasia se esvanece à simples leitura da denúncia do procurador-geral da República. Formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes -segundo a peça de acusação- tiveram o intuito de "garantir a continuidade do projeto de poder do Partido dos Trabalhadores mediante a compra de suporte político de outros partidos e do financiamento futuro e pretérito de suas próprias campanhas eleitorais".
O possível retorno de Delúbio Soares objetiva fornecer certo amparo partidário ao ex-dirigente. Abandonado na estrada, ele poderia pôr em risco o plano lulista de reescrever a história. "Nenhuma pena é eterna", afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza, um dos entusiastas da reabilitação do ex-tesoureiro. A frase é tanto mais verdadeira para os apaniguados do petismo, sempre agraciados pela mão acalentadora do ex-presidente pinguço o Stalinácio Lula.
Nenhum comentário:
Postar um comentário