A despeito dos apelos de Dilma Vana Rousseff, corre entre os deputados do PMDB um abaixo assinado em favor do projeto que destina mais verbas para a saúde.
- Quais são as chances de a regulamentação da Emenda 29 ser aprovada? Cresceram muito. Queria ver a posição das bancadas depois que a Dilma quebrou o silêncio.
- A posição de Henrique Alves é ‘firme’ também na defesa de aprovação? Sim. Ele compreendeu que na Câmara não dá para fazer mais nada. E a pressão da população está grande sobre os deputados, que estavam levando a culpa.
- O PMDB é a favor da recriação de novo tributo? Nós já aprovamos o texto base do projeto. Falta votar um destaque que retira do texto a CSS [Contribuição social para a Saúde]. Para manter o tributo, o governo precisaria de 257 votos. Não creio que vá obter. Sinto que há enorme consendo contra a CSS entre os parlamentares. A exceção é o PT. Na bancada petista, cresce a adesão à contribuição.
- Como responder à crítica de que cria-se nova despesa sem definir a fonte? O governo arranjou fonte para o inexequível Trem-Bala. Sem estar no Orçamento, arranjaram-se R$ 50 bilhões. Vai ficar mais caro que isso. Houve fonte para a bolsa empresário...
- Refere-se aos empréstimos subsidiados do BNDES? Exatamente. Essa bolsa empresário, criada pelo Lula, já levou R$ 300 bilhões do Tesouro. Sem passar pelo Orçamento. Tudo com juros subsidiados, para um seleto grupo de empresas. E houve agora o lançamento do Brasil Maior, um programa que concede insenções de impostos e abre mão de uma arrecadação de R$ 20 bilhões. Eu pergunto: por que só não tem dinheiro para a saúde?
- Acha que a queda da CPMF serve de pretexto? Nos primeiros seis meses do governo Dilma, a arrecadação de impostos foi R$ 50 bilhões superior ao mesmo período do ano passado. Nós perdemos a CPMF. Mas a elevação do IOF, feita para compensar a perda, já suplantou os R$ 20 bilhões da CPMF que iriam para a saúde. Acho que chega de dar exemplos, né? Poderia citar ainda a fase dois do Minha Casa Minha Vida, lançado pela Dilma, que tem embutido subsídios de R$ 72 bilhões em quatro anos. Para tudo há dinheiro, menos para a Saúde?
Os cálculos mais modestos estimam que é preciso levar para a saúde pelo menos mais R$ 30 bilhões anuais. Por isso o Senado tem de consertar. Envolvendo os 10% da União na conta e melhorando a gestão a coisa vai melhorar.
- E se a Dilma vetar? Ela que assuma o ônus.
- O fato de o PMDB ser governo e de ter o vice presidente não constrange o partido? Pelo contrário. Temos de lutar internamente. Se o Palácio insistir, paciência. O Parlamento é um outro Poder. Uma hora temos que agir com independência.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário