Ante a dificuldade crescente de obter recursos privados e lícitos para financiar campanhas e o aumento exponencial de seu custo, cresce uma onda perigosa – a de que a saída passa pelo financiamento público e exclusivo de campanha combinado com o voto em lista fechada.
ASSALTO DUPLO
Que fique claro:
Financiamento público e exclusivo de campanha não é – nunca foi e jamais será – garantia do fim do caixa dois. Ele serve para subtrair mais recursos dos cidadãos, ou abocanhar verbas de outros setores, como Saúde e Educação. Na década de 70, a Itália o adotou. Anos depois, voltou atrás. Por conta do aumento da corrupção!
Voto em lista fechada significa que você não poderá mais escolher seu candidato a cargos legislativos. Os partidos, ou melhor, as cúpulas dos partidos farão isso por você, com critérios imagináveis… Se hoje os eleitores já não conseguem fiscalizar seus representantes – até porque muitos não sabem quem são eles -, que dirá com a lista fechada, sistema em que se vota apenas na legenda?
Em síntese: a combinação do financiamento público e exclusivo de campanha com o voto em lista fechada é uma espécie de assalto duplo: de um lado, tira ainda mais dinheiro dos contribuintes; de outro, rouba-lhe o direito de escolher seus candidatos ao Legislativo.
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