quarta-feira, 25 de junho de 2014

A liderança do PSDB no Senado acaba de liberar a seguinte nota oficial:

A presidente Dilma tentou firmar-se como líder do país e não conseguiu: faz campanha mais uma vez sob a tutela de Lula.  A fama de gestora foi desmentida pela mediocridade do seu governo. Que faxineira é essa que traz de volta ao seu regaço os que haviam sido dele excluído com estardalhaço?

Às favas com as razões éticas alardeadas à época da faxina: agora vale tudo em troca de alguns segundos de propaganda na TV. Para esse mesmo fim, Dilma, nos últimos dias, raspou o tacho do fisiologismo para aplacar o apetite insatisfeito de aliados descontentes, prestes à defecção.

Líder, gestora, faxineira: nada disso ela é. Pois não é que agora pretende posar de moralista?

Discorreu hoje sobre as virtudes da sinceridade e da lealdade na ação política. Nem bem concluiu os últimos retoques de uma vasta e subterrânea operação de aliciamento eleitoral com recursos públicos exalta, na convenção do PSD, a prevalência das convicções sobre as conveniências.

E tudo isso ao lado do ex-prefeito Gilberto Kassab, aliado correto que, há dois dias, fora impiedosamente vaiado na convenção do PT na presença da mesma presidente Dilma.

Na final de sua homilia, a falsa moralista saiu-se com uma surra do aforismo: a esperteza tem pernas curtas. Tem razão. E é por isso que seu governo também tem perna curta: vai acabar no próximo 31 de dezembro, sem direito à prorrogação.


O gato comeu Dilma, por Ricardo Noblat


Que autoridade tem a presidente da República se ela cede à pressão de um partido aliado e demite do seu governo um ministro que jamais passou pela cabeça dela demitir?
É o que Dilma está prestes a fazer. O PR pediu a cabeça de César Borges, ministro dos Transportes, sob a alegação de que ele não mantém uma boa relação com deputados.
A cabeça lhe será dada. Foi o que o ministro Aloisio Mercadante, da Casa Civil, garantiu a líderes do partido.
No lugar de Borges entrará Paulo Sérgio Passos, do PR, ex-ministro dos Transportes.
Uma vez atendido, o PR confirmará seu apoio à reeleição de Dilma. E lhe dará seu tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
Cadê a Dilma senhora do seu governo e que não se dobra às exigências descabidas dos políticos?
O gato comeu.
Vale tudo pelo poder.

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