sábado, 24 de março de 2012


A Teoria do Atraso informa que Rebelo precisa de mais chutes nos fundilhos

Aldo Rebelo escapou por pouco de Salomé. Se Chico Anysio não tivesse morrido nesta sexta-feira, a gaúcha de Passo Fundo que usava o telefone para dizer verdades a quem estivesse na Presidência da República já teria conversado com Dilma Mamulenga Rousseff sobre o mais recente monumento ao ridículo erguido pelo ministro do Esporte: a Teoria do Atraso. Segundo o autor, brasileiro gosta tanto de atraso quanto de futebol ou de carnaval. É por isso que as obras ligadas à Copa do Mundo não vão ficar prontas no prazo combinado. É por isso que as promessas feitas à Fifa não foram ainda cumpridas.

“Nós também temos nossos problemas civilizatórios”, caprichou o ministro. “Um deles é o atraso. A gente atrasa até para sair de casa para o cinema, para o restaurante. Então, isso é uma coisa da nossa cultura. Mas tudo funciona”. Depois de lembrar que “até reunião ministerial atrasa”, Rebelo comparou o maior evento futebolístico do mundo a uma noitada na Sapucaí. “Quem acompanha a preparação de um desfile de escola de samba acha que aquilo não vai sair, mas todo ano acontece e é um evento de referência”, discursou. “O brasileiro tem um jeito próprio de organizar e sempre entrega o que precisa”.

Conversa fiada, deveriam ter berrado em coro os jornalistas que testemunharam o elogio da irresponsabilidade, da inépcia, do desperdício e da pouca vergonha. Acordos devem ser cumpridos. Quem esquece a palavra empenhada é vigarista. Cronogramas têm de ser respeitados. O “jeitinho brasileiro” é o outro nome da cafajestagem

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