A ideia de que a presidente Dilma Mamulenga é uma boa gestora, como anunciam seus aliados e indicam as pesquisas de opinião, 'decorre não de seus méritos, mas da baixa consciência política dos cidadãos', afirma o historiador Marco Antonio Villa, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Para ele, 'não faz sentido considerar boa gestora uma presidente que está permanentemente em conflito com sua própria equipe, afastando auxiliares e, ao mesmo tempo, deixando de ir até o fim na apuração das denúncias'.
Essa mistura de má gestão com alto prestígio ocorre, segundo ele, 'porque o Brasil é um país que foge inteiramente dos parâmetros'. A participação política dos cidadãos 'é mínima e vive de espasmos, depois dos quais tudo volta logo à rotina', acrescenta. Villa entende que, à parte o ato formal de se votar em eleições, a democracia 'ainda está muito longe de se consolidar no País'.
Dizer que a presidente é uma grande gestora, diz ele, 'é apenas mais uma invenção do PT'. Sua visão do petismo é que, assim como o partido inventou a falsa ideia de que foi o primeiro partido de trabalhadores, agora inventou que Dilma é uma grande gestora. 'O PT tem conseguido construir sua própria história política, porque é o partido das invenções', conclui.